terça-feira, 24 de novembro de 2009

Nonsensically Desconexo.

Pré-Script: Isto não é um poema.



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  2


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    3



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Olho à minha volta;
tudo parece podre.
A vontade de desistir
me parece irresistível;
não há nada para fazer,
nada que eu queira fazer,
o tédio me consome.


Então penso.

Converso comigo
Em solilóquios constantes
mas
Não sei o que penso
Não sei como penso
Minha mente melhor trabalha
Na desconexão



E é tecendo teias desconexas,
simples sentenças abertas,
Que entendo como me sinto.



E indago,

O, et nunc et semper
 M   t   r   f
   u   h   a   a
     s   e   i    l
       t       n     l
       on everyone?

La joie de vivre não sei onde está,
Gesamtkunstwerk não consigo encontrar.
There's too much blue and not enough sky
E eu não sei o que fazer
Y je don't know o que fazer.


Onde está o azul?


Ogni cosa é ただ
Nonsensical Disconnection
Concerto desarmônico
Constante v4R1ávEl
Interminável неизвестный

      T H E C H A O S

                .
                .
                .

                And there's


        ninguém



to help me.


Sabishikattatte, who the fuck cares,
I feel like crying,

                      e não sei por quê.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Ânsia.

Hoje eu acordei com vontade de olhar para trás. De olhar para trás e rever todos os meus erros, frustrações, meus enganos, de relembrar todos os maus momentos de minha vida. De pensar em tudo o que poderia ter sido e não foi, em tudo o que acabou perdido graças a mim e apenas a mim, culpas que carrego sozinha. De tocar e abraçar todos os meus esforços vãos, todos os meus problemas, todos, todos.

E consertá-los. E concertá-los.

Hoje eu acordei com vontade de nascer de novo. De nascer como uma pessoa melhor, mais digna, mais feliz. De ter novamente aquela inocência, aquela doce ignorância que tinha como criança, sem precisar me preocupar com nada. Sem precisar mergulhar em tensão e expectativas, sem precisar me desesperar enquanto tento encontrar soluções para meu desespero.

E poder rir. E poder sorrir.

Hoje eu acordei com vontade de me olhar no espelho e me aceitar como sou. Com minhas imperfeições, com os pedaços de anti-belo que são parte de mim e constituem a mim. De olhar em meus próprios olhos, de avaliar meu próprio corpo, e dizer ao espelho que "eu gosto de você" enquanto vejo a pessoa por trás dele responder o mesmo com os nossos lábios na mais perfeita das sincronias.

E acreditar.

Hoje eu acordei com vontade de crescer. De crescer e ser algo na vida. Algo melhor do que o que sou no momento, algo bom, algo feliz. De mudar a imagem que construí de mim mesma durante minha vida, de virá-la de cabeça-para-baixo, de trazer à tona a minha paralela. De superar meus medos, agarrar chances, abraçar oportunidades, mudar. E ser algo na vida.

...Ou até alguém.Quem sabe?

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Eu odeio o calor.

Toda vez que o sol aparece forte, tão forte que até as brisas vêm ao nosso encontro quentes, fico irritada. A preguiça, o sono, a vontade de não fazer nada me consomem e, certa e inevitavelmente, amaldiçoo o sol e o calor.

É engraçado o efeito que o calor tem sobre mim - digo sobre mim, pois não sei quanto às outras pessoas - : a fadiga parece aumentar, e aumenta tanto que nem lágrimas conseguem escapar de meus olhos, cansadas demais para sairem.

É engraçado, é estranho. Uma espécie de tortura.

A angústia parece se acumular e formar uma bolinha que vai crescendo e crescendo e forma uma espécie de novelo de lã. Um novelo pesado, desagradável, deformado.

É engraçado. É estranho. Uma deliciosa tortura.

E eu, agora, quero chorar.

Mas, talvez por causa do calor, não posso.