quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Ah...

Que saudade dos uniformes escolares!

Naquela época, eu não precisava acordar um tantinho mais cedo para decidir que roupas usar. Não tinha que me preocupar com o que as pessoas diriam do meu gosto por roupas, porque nos vestíamos todos iguais!

Naquela época, eu não precisava me preocupar com coisas chatas como contas e currículos e problemas do mundo adulto para o qual estou quase entrando. Minha maior preocupação era tirar boas notas na escola e passar de ano!

Naquela época, eu ainda acreditava que certas coisas duravam para sempre, e até gostava dessa expessão. Não precisava desconfiar de tudo o que as pessoas diziam, principalmente quando o assunto eram coisas manjadas como a amizade. Era feliz vivendo meus dias rodeada de pessoas com quem me dava bem, e tinha certeza de que seria daquele jeito por muito, muito tempo!

Naquela época, eu gostava de músicas melosas que poetizavam sobre o amor. Tinha certeza de que, um dia, a pessoa ideal apareceria para mim, e nós viveríamos felizes!

O peso da realidade não existia naquela época. O preço das minhas decisões e ações não importavam tanto naquela época. Os dias eram alegres, as preocupações eram poucas, a vida parecia feliz, e o futuro, radiante.

Ah, aquela época...

Que saudade, que saudade daquela época!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Eu costumava ter um forte.

Graças a ele, mesmo em circunstâncias desfavoráveis, mesmo naqueles dias tristes e amargos e inúteis, eu tinha forças para sorrir e dispensar tudo com um "Ah, tudo bem; dias melhores virão". Graças a ele, por mais insegura que eu estivesse, eu conseguia olhar para a frente, sabendo que o teria ao meu lado para me dar sustento e proteção, caso algo me acontecesse. Graças a ele, mesmo aquelas estradas mais tortuosas pareciam caminháveis.

Mal sabia eu o quão frágil era o meu forte.

Foi uma questão de dias. Meros dias, para que ele mudasse. Para que se tornasse cada vez mais estranho a mim, ao ponto de eu não o reconhecer. Olhando para os lados, não o encontro mais. Não consigo mais manter aquela segurança que já tive, aquela certeza de que ele me protegeria. Não consigo mais sorrir e dizer que "dias melhores virão". Aquelas estradas, hoje, me parecem mais tortuosas e cheias de obstáculos do que nunca. Meu forte ruiu.

Ainda há resquícios, ainda há ruínas, as quais mantenho em minhas mãos como um frágil tesouro. Agarro-me a elas, abraçando-as com força e o maior dos cuidados junto ao meu peito. Não quero que se quebrem ainda mais; não quero, não quero. Não quero que se esvaiam. Afinal, são o que restou do meu forte.

Meu forte.

Meu forte era uma pessoa.

Frágil, tão frágil, e tão preciosa como nada no mundo.